Queria endurecer o coração, eliminar o passado, fazer com ele o que faço quando emendo um período — riscar, engrossar os riscos e transformá-los em borrões, suprimir todas as letras, não deixar vestígio de ideias obliteradas."
Estilo seco e elegante... regionalismo com refinado estoque psicológico: isto é Graciliano Ramos. Os romances desse grande escritor brasileiro constroem painéis pessimistas da realidade do Nordeste brasileiro.
Graciliano Ramos de Oliveira nasceu no dia 27 de outubro de 1892, em Quebrangulo, pequena vila do sertão de Alagoas. Comoveu-se, desde cedo, com o sofrimento do povo nordestino. Ainda jovem, trabalhou no Rio de Janeiro como revisor. Aos dezoito anos de idade, mudou-se para o município de Palmeira dos Índios, no estado de Alagoas, onde o pai era comerciante. Lá perdeu três de seus quatorze irmãos, vitimados pela peste. Sete anos depois, foi eleito prefeito da cidade. Permaneceu no cargo por dois anos, renunciando em dez de abril de 1930 e mudando-se para a cidade de Maceió, capital de Alagoas.
Esse ilustre escritor faleceu no dia 20 de março de 1953, aos 60 anos, vítima de câncer pulmonar, nos deixando seu legado literário...