Hino de Alagoas

terça-feira, 31 de maio de 2011

Graciliano Ramos

Queria endurecer o coração, eliminar o passado, fazer com ele o que faço quando emendo um período — riscar, engrossar os riscos e transformá-los em borrões, suprimir todas as letras, não deixar vestígio de ideias obliteradas."



Estilo seco e elegante... regionalismo com refinado estoque psicológico: isto é Graciliano Ramos. Os romances desse grande escritor brasileiro constroem painéis pessimistas da realidade do Nordeste brasileiro.

Graciliano Ramos de Oliveira nasceu no dia 27 de outubro de 1892, em Quebrangulo, pequena vila do sertão de Alagoas. Comoveu-se, desde cedo, com o sofrimento do povo nordestino. Ainda jovem, trabalhou no Rio de Janeiro como revisor. Aos dezoito anos de idade, mudou-se para o município de Palmeira dos Índios, no estado de Alagoas, onde o pai era comerciante. Lá perdeu três de seus quatorze irmãos, vitimados pela peste. Sete anos depois, foi eleito prefeito da cidade. Permaneceu no cargo por dois anos, renunciando em dez de abril de 1930 e mudando-se para a cidade de Maceió, capital de Alagoas.

                                                                                       
Esse ilustre escritor faleceu no dia 20 de março de 1953, aos 60 anos, vítima de câncer pulmonar, nos deixando seu legado literário...




Eu sou da terra onde há lagoas

Da terra onde há marechais
De tantos risos de tantas loas
Tantas ilhas tantas croas
À sombra dos coqueirais

Ah! Calabares de Holanda
Mares de uma banda
E o Velho Chico ao sul
Esse Graciliano
Esse Jorge de Lima
Essa Nêga Fulô
Ah! Marechal Floriano
De ferro e de flores
Não há quem não morra de amores
Pelo meu lugar

Ah! Mais que um solo de cana
Essa terra tem gana
De fumo e algodão
Djavan, Jararaca
Hermeto, Paurílio
Maestro Fon-fon
Ah! É Zumbi dos Palmares
União de cores
Não há quem não morra de amores
Pelo meu lugar

Ah! Cabanada no norte
Um bispo sem sorte
Os Caetés
Teotônio Vilela
Pontes de Miranda
Aurèlio de A a Z
Ah! Mesa rica de renda
E de tantos sabores
Não há quem não morra de amores
Pelo meu lugar

Ah! Brincadeira é chegança
E o guerreiro que dança
Faz tremer o chão
Zé Maria Tenório
Entra! Pedro Teixeira
Theo Brandão
Ah! Dos Prazeres Senhora
Abençoe os senhores
Não há quem não morra de amores
Pelo meu lugar!