Hino de Alagoas

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Théo Brandão

"O folclore para mim é, agora, uma necessidade vital"
Théo Brandão.


"Théo Brandão é um Moses a agitar o Nordeste. É miúdo, usa óculos, fala metralhando as palavras. Não pára. Sentado à máquina, escreve rapidíssimo, pulando letras, confundindo os tipos, numa mixórdia dos diabos."


Nascido em Viçosa, terra também de outros grandes Artistas Alagoanos, Théo Brandão, muda-se para Maceió aos 10 anos de idade, terminando na capital o segundo grau.

Em 1923 ingressa na Faculdade de Medicina em Salvador, concluindo o curso no Rio de Janeiro em 1929. Formou-se também em Farmácia, em 1928. Colaborava diretamente do Rio de Janeiro com poemas e crônicas enviadas para os jornalzinhos de sua cidade natal, Viçosa.
De volta à Maceió, continua a exercer a profissão de pediatra e obstetra. Fez parte da Geração Intelectual de Alagoas, que tinha como membros nomes ilustres como Graciliano Ramos, Raquel de Queiroz e Aurélio Buarque de Holanda.
 É pediatra e professor da Escola de Medicina. Escreve história e pesquisa folclore. Ele é, antes de tudo, um mestre de folclore.


quarta-feira, 8 de junho de 2011

Aurélio Buarque de Holanda

 Aurélio, sinônimo de dicionário.


Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, nasceu no norte de Alagoas, na pequena Passo de Camaragibe. Quando jovem, morando em Maceió, iniciou a sua vida profissional como professor de português. Na década de trinta, assim como a maioria dos ilustres alagoanos, precisou sair do estado em busca de oportunidades e para dar continuidade a sua educação.
 Mestre Aurélio fez parte de uma geração de grandes intelectuais nascidos em Alagoas, como Alberto Passos Guimarães, Valdemar Cavalcanti, Humberto Bastos, Jorge de Lima, Aloysio Branco, Carlos Paurilio, Manuel Diegues Júnior, Mário Brandão, Rui Palmeira, Raul Lima e Théo Brandão. Acrescente-se a essa relação Graciliano Ramos, o mais velho entre eles, e os aqui residentes Raquel de Queiros, José Lins do Rego e Tomás Santa Rosa, cearense e paraibanos, respectivamente.
O saber popular ajudou o mestre a criar tantas palavras e verbetes. Vivia anotando tudo, principalmente a gíria cotidiana do povo. O dicionário Aurélio foi responsável por democratizar e desmistificar nossa língua, assimilando palavras de uso coloquial e do cotidiano até então ignoradas pelas pesquisas lexicográficas. 


Em 1975, o Novo Dicionário da Língua Portuguesa – sua principal obra − foi lançado. A partir desse momento tornou-se o livro mais vendido no Brasil, fazendo de Aurélio sinônimo de dicionário.

E ainda há quem não conheça as raízes desse grande autor.

sábado, 4 de junho de 2011

Lêdo Ivo

[...]Invento a flor e, mais que a flor, o orvalho[...]


Lêdo Ivo, nasceu em Maceió, em 1924. jornalista, poeta, contista, ensaísta, tradutor, cronista. Desde 1943 reside no Rio de Janeiro. Através de dezenas de trabalhos tem desenvolvido estilo original e um “sempre atualizado” e lúcido compromisso com a linguagem poética. Pertenceu à famosa geração de 45. É membro da Academia Brasileira de Letras. Carpinteiro da palavra. Sabe ser doce e insólito. Inventivo - eternamente inventivo. Recria sua vida, enraizada na terra nativa. 

É impossível conhecer as obras de Lêdo Ivo, e não torna-se fã!

A Passagem
Que me deixem passar - eis o que peço
diante da porta ou diante do caminho.
E que ninguém me siga na passagem.

Não tenho companheiros de viagem
nem quero que ninguém fique ao meu lado.
Para passar, exijo estar sozinho,
somente de mim mesmo acompanhado.

Mas caso me proíbam de passar
por seu eu diferente ou indesejado
mesmo assim eu passarei.
Inventarei a porta e o caminho
e passarei sozinho.
(Lêdo Ivo)


Explicação.

Em breve estarei postando as fotos do nosso Estado. Daí então ficará mais fácil de compreender o título do blog rs..

Linda Mascarenhas.

Um exemplo de mulher!


Linda Mascarenhas nasceu a l4 de maio de 1895, no bairro da Levada em Maceió. Aos 5 anos, Linda já sabia ler corretamente. 
 Em 1932, colaborou com a Dra. Lily Lages na fundação da Federação, Linda promoveu espetáculos teatrais: Miragem, fantasia e Hotel Manguaba, comédia, de Aldemar de Paiva e Nelson Porto, em 1944; O Mistério do Príncipe e O Herdeiro de Naban, operetas infantis de sua autoria, com música e regência do Prof. Luiz Lavenére em 1946 e 1950, respectivamente.
   A 23 de outubro de 1944, fundou com Aldemar de Paiva, Nelson Porto e o apoio das sócias da Federação, o Teatro de Amadores de Maceió, assim denominado a partir de 1954. Linda se dedicou à presidência destes grupos e à direção de cena em substituição a Lima Filho.
   Com a colaboração da ala jovem do Clube de Regatas Brasil(CRB), do ProL Luiz Lavenére e de jovens da sociedade maceioense, Linda fundou a 12 de outubro de 1955, a Associação Teatral das Alagoas (ATA) e foi aclamada presidente perpétua. Na ATA ela dá continidade a seus trabalhos de diretora de cena, dramaturga e em 1956 estréia como atriz, interpretando Lizaveta na peça O Idiota, de Léo Vitor, baseado no romance homônimo de Dostoiewki, sob a direção de Heldon Barroso.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Zumbi dos Palmares

"Zumbi dos Palmares, um símbolo de resistência e luta contra a escravidão"


Zumbi dos Palmares nasceu no estado de Alagoas no ano de 1655. Foi um dos principais representantes da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial. Foi líder do Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas. O Quilombo dos Palmares estava localizado na região da Serra da Barriga, que, atualmente, faz parte do município de União dos Palmares (Alagoas). Na época em que Zumbi era líder, o Quilombo dos Palmares alcançou uma população de aproximadamente trinta mil habitantes. Nos quilombos, os negros viviam livres, de acordo com sua cultura, produzindo tudo o que precisavam para viver.

Zumbi é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da resistência e luta contra a escravião, lutou pela liberdade de culto, religião e pratica da cultura africana no Brasil Colonial. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra.

Jorge de Lima


"Ó Fulô! Ó Fulô! Cadê, cadê teu Sinhô que Nosso Senhor me mandou? Ah! Foi você que roubou, foi você, negra fulô?"

Essa negra Fulô!

Jorge de Lima.



Jorge Matheos de Lima nasceu em Alagoas, em 1893. Fez os primeiros estudos em sua cidade, União, e depois em Maceió, no Colégio dos Irmãos Maristas. Estudou Medicina em Salvador, transferindo-se para o Rio de Janeiro, onde defendeu tese sobre os serviços de higiene na capital federal. Ainda estudante de Medicina, publicou seu primeiro livro, XIV Alexandrinos (1914). Após ter se formado, retornou a Maceió. Sem jamais ter abandonado a Medicina, lecionou na Escola Normal Estadual da cidade, chegando a ser diretor. Ocupou outros cargos públicos estaduais, como Diretor-Geral da Instrução Pública e Saúde e Deputado, além de manter constante seu interesse pelas artes plásticas.

Ele foi príncipe dos poetas alagoanos e plebeu do modernismo. Já glorioso no regionalismo, abandonou tudo, a princípio pela aventura supra-realista; em seguida, para ser neófito da poesia religiosa e, por fim, para cair de cabeça no caos. Sua obra é uma espécie de resumo de toda a história literária de seu tempo. Ou como acentuou Otto Maria Carpeaux "é Jorge de Lima o único poeta contemporâneo do Brasil cuja obra acompanha e evidencia todas as fases da evolução da poesia brasileira moderna."
Tenho um e-book disponível para os interessados.Chama-se Jorge de Lima,80 Anos e está neste sítio de palavras. Por enquanto, leia este poema maravilhoso e antológico.


terça-feira, 31 de maio de 2011

Graciliano Ramos

Queria endurecer o coração, eliminar o passado, fazer com ele o que faço quando emendo um período — riscar, engrossar os riscos e transformá-los em borrões, suprimir todas as letras, não deixar vestígio de ideias obliteradas."



Estilo seco e elegante... regionalismo com refinado estoque psicológico: isto é Graciliano Ramos. Os romances desse grande escritor brasileiro constroem painéis pessimistas da realidade do Nordeste brasileiro.

Graciliano Ramos de Oliveira nasceu no dia 27 de outubro de 1892, em Quebrangulo, pequena vila do sertão de Alagoas. Comoveu-se, desde cedo, com o sofrimento do povo nordestino. Ainda jovem, trabalhou no Rio de Janeiro como revisor. Aos dezoito anos de idade, mudou-se para o município de Palmeira dos Índios, no estado de Alagoas, onde o pai era comerciante. Lá perdeu três de seus quatorze irmãos, vitimados pela peste. Sete anos depois, foi eleito prefeito da cidade. Permaneceu no cargo por dois anos, renunciando em dez de abril de 1930 e mudando-se para a cidade de Maceió, capital de Alagoas.

                                                                                       
Esse ilustre escritor faleceu no dia 20 de março de 1953, aos 60 anos, vítima de câncer pulmonar, nos deixando seu legado literário...




Eu sou da terra onde há lagoas

Da terra onde há marechais
De tantos risos de tantas loas
Tantas ilhas tantas croas
À sombra dos coqueirais

Ah! Calabares de Holanda
Mares de uma banda
E o Velho Chico ao sul
Esse Graciliano
Esse Jorge de Lima
Essa Nêga Fulô
Ah! Marechal Floriano
De ferro e de flores
Não há quem não morra de amores
Pelo meu lugar

Ah! Mais que um solo de cana
Essa terra tem gana
De fumo e algodão
Djavan, Jararaca
Hermeto, Paurílio
Maestro Fon-fon
Ah! É Zumbi dos Palmares
União de cores
Não há quem não morra de amores
Pelo meu lugar

Ah! Cabanada no norte
Um bispo sem sorte
Os Caetés
Teotônio Vilela
Pontes de Miranda
Aurèlio de A a Z
Ah! Mesa rica de renda
E de tantos sabores
Não há quem não morra de amores
Pelo meu lugar

Ah! Brincadeira é chegança
E o guerreiro que dança
Faz tremer o chão
Zé Maria Tenório
Entra! Pedro Teixeira
Theo Brandão
Ah! Dos Prazeres Senhora
Abençoe os senhores
Não há quem não morra de amores
Pelo meu lugar!